quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Perseguição aos Cristãos - 20/02/11

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Perseguição aos cristãos é o nome dado aos maus tratos físicos ou psicológicos, incluindo agressões e mortes sofridas por cristãos por causa da sua na pregação de Jesus. Estas perseguições foram levadas a cabo na Antiguidade não somente pelos judeus, de cuja religião o Cristianismo era visto como uma ramificação, mas também pelos imperadores do Império Romano, que controlava grande parte das terras onde o Cristianismo primitivo se distribuiu, e onde era considerado uma seita. Tal perseguição pelos imperadores teve fim com a legalização da religião cristã por Constantino I, no início do século IV.
Nos últimos séculos, os cristãos foram perseguidos por outros grupos religiosos, incluindo muçulmanos e hindus, e por Estados ateístas como a União Soviética e a República Popular da China.

Perseguição romana

Perseguições narradas no Novo Testamento


De acordo com o Novo Testamento, a crucificação de Jesus foi autorizada por autoridades romanas e executada por soldados romanos. Há também o registro de que Paulo, em suas viagens missionárias, foi várias vezes preso por autoridades romanas. O texto do Novo Testamento não relata o que aconteceu com Paulo, mas a tradição cristã afirma ter sido ele decapitado em Roma, sob o Imperador Nero no ano de 64.

Perseguição sob o Império Romano

Perseguição sob Nero, 64-68

O primeiro caso documentado de perseguição aos cristãos pelo Império Romano relaciona-se a Nero. Em 64, houve um grande incêndio em Roma, destruindo grandes partes da cidade e devastando economicamente a população romana. Nero, cuja sanidade já há muito tempo havia sido posta em questão, era o suspeito de ter intencionalmente ateado fogo. Em seus Annales, Tácito afirma que “para se ver livre do boato, Nero prendeu os culpados e infligiu as mais requintadas torturas em uma classe odiada por suas abominações, chamada cristãos pelo populacho”.


Ao associar os cristãos ao terrível incêndio, Nero aumentou ainda mais a suspeita pública já existente e, pode-se dizer, exacerbou as hostilidades contra eles por todo o Império Romano. As formas de execução utilizadas pelos romanos incluíam crucificação e lançamento de cristãos para serem devorados por leões e outras feras selvagens. Os Annales de Tácito informam: “... uma grande multidão foi condenada não apenas pelo crime de incêndio mas por ódio contra a raça humana. E, em suas mortes, eles foram feitos objetos de esporte, pois foram amarrados nos esconderijos de bestas selvagens e feitos em pedaços por cães, ou cravados em cruzes, ou incendiados, e, ao fim do dia, eram queimados para servirem de luz noturna”.

Após a morte de Nero (68 DC), seguiu-se uma Guerra Civil. O ano de 69 teve quatro imperadores (Galba, Vitélio, Oto e Vespasiano). Ao final daquele ano, Vespasiano (69-79 DC), conseguiu controlar a situação, inaugurando a dinastia Flaviana, ao ser sucedido por seu filho Tito (79-81). Durante esse período, o império parecia ter esquecido os cristãos, cujo número só aumentava. No ano de 81, Domiciano sucedeu Tito. Seus primeiros anos de reinado foram tão benignos aos cristãos quanto haviam sido seus antecessores. Mas no final de seu reinado (95-96 DC) desabou a perseguição, que parece ter sido inicialmente direcionada contra os judeus. Uma vez que o Templo de Jerusalém havia sido destruido na Guerra Judaico Romana de 66-73 DC, Domiciano determinou que a oferta anual dos judeus enviada a Jerusalém deveria ser destinada ao Tesouro Imperial. Muitos resistiram, e o Imperador reagiu violentamente. Como, à época, a distinção entre judeus e cristãos não estava completamente estabelecida, os servidores imperiais começaram a perseguir todos os que praticavam "costumes judaícos", atingindo ambos os grupos.
Embora basicamente restrita a cidade de Roma e a Asia Menor (na atual Turquia), ela atingiu até a família imperial. Domiciano mandou executar seu primo, o Consul Flavio Clemente, e mandou para o exílio Flávia Domitila, esposa dele, e puniu também vários nobres, sob a acusação de "ateismo" (negação dos deuses romanos estabelecidos, acusação recorrente contra os cristãos) e "costumes judaicos". Provavelmente, entre esses nobres haviam conversos do judaismo e cristianismo. A perseguição durou pouco mais que um ano. Logo Domiciano seria assassinado (96 DC), e assim como Nero, o Senado Romano o declarou tirano, ordenando que seu nome fosse apagado de monumentos e inscrições.
O clímax da perseguição se deu sob o governo de Diocleciano e Galério, no final do século terceiro e início do quarto. Esta é considerada a maior de todas as perseguições. Iniciando com uma série de quatro editos proibindo certas práticas cristãs e uma ordem de prisão do clero, a perseguição se intensificou até que se ordenasse a todos os cristãos do Império que sacrificassem aos deuses imperiais, sob a pena de execução, caso se recusassem. No entanto, apesar do zelo com que Diocleciano perseguiu os cristãos na parte oriental do Império, seus co-imperadores do lado ocidental não seguiram estritamente seus éditos, o que explica que cristãos da Gália, da Espanha e da Britânia praticamente não tenham sido molestados.
A perseguição continuou até que Constantino I chegasse ao poder e, em 313, legalizasse a religião cristã por meio do Édito de Milão, iniciando-se a Paz na Igreja. Entretanto, foi somente com Teodósio I, no final do século quarto, que o cristianismo se tornaria a religião oficial do Império.
Edward Gibbon, em seu Declínio e Queda do Império Romano, estima que o número de mortos nesta última perseguição tenha chegado a mil e quinhentos, “num sacrifício anual de 150 mártires”.

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