domingo, 20 de fevereiro de 2011

O homem que exilou João

Seu nome era Tito Flávio Domiciano. Ele nasceu em 24 de outubro de 51 d.C. Assim como muitos outros imperadores romanos, Domiciano era muito inseguro, o que o levou a agir com tremenda violência e brutalidade. Domiciano não confiava em ninguém. Alguns historiadores relatam que cada cômodo de seu palácio era equipado com espelhos para que pudesse ver quem estava à sua volta o tempo todo. Nas questões políticas, Domiciano exigia estrita lealdade do Senado romano, executando os membros que discordavam dele. Insistia em ser chamado de Dominus et Deum (Senhor e Deus). A pequena seita cristã em Roma começou a sofrer perseguições durante o governo do imperador Nero em 64 d.C. Muitos suspeitaram que o incêndio que destruiu quase três quartos da cidade de Roma foi causado pelo próprio imperador Nero por puro prazer. Para desviar a atenção de seus acusadores, Nero começou a perseguir os cristãos, torturandoos até entregar os amigos e assassinando milhares das formas mais terríveis que alguém possa imaginar. O apóstolo Paulo morreu como resultado dessa perseguição. Duas décadas mais tarde, o imperador Domiciano tentou matar outra testemunha poderosa – João. Muitos estudiosos acreditam que foi durante o reinado de Domiciano – 85-96 d.C. – que João escreveu o livro de Apocalipse, segundo as visões que recebeu de Deus.
Ellen White descreveu a cena do julgamento de João perante o imperador com as seguintes palavras: “João foi por conseguinte convocado a Roma para ser julgado por sua fé. Aqui perante as autoridades, as doutrinas do apóstolo foram deturpadas. Falsas testemunhas acusaram-no de ensinar sediciosas heresias. Por essas acusações esperavam seus inimigos levar em breve o discípulo à morte. “João respondeu por si de maneira clara e convincente, e com tal simplicidade e candura que suas palavras tiveram efeito poderoso. Seus ouvintes ficaram atônitos com sua sabedoria e eloquência. Porém, quanto mais convincente seu testemunho, mais profundo era o ódio de seus opositores. O imperador Domiciano estava cheio de ira. Não podia contrafazer as razões do fiel advogado de Cristo, nem disputar o poder que lhe acompanhava a exposição da verdade; determinou, contudo, fazer silenciar sua voz. “João foi lançado dentro de um caldeirão de óleo fervente; mas o Senhor preservou a vida de Seu fiel servo, da mesma maneira como preservara a dos três hebreus na fornalha ardente.” – Atos dos Apóstolos, p. 569, 570. O servo de Deus não esmoreceu nem por um instante sob a pressão do imperador romano. João nunca abandonou sua fé, e a demonstração do poder de Deus na vida desse apóstolo ao protegê-lo de perecer no caldeirão de óleo fervente significou um golpe para o coração orgulhoso do imperador. Ele ordenou que o apóstolo fosse tirado do caldeirão e mais tarde o exilou na ilha de Patmos. Se Deus pôde proteger esse servo em tais circunstâncias, sem dúvida também pode fazer
o mesmo por nós.

A leitura correspondente a este estudo é Atos dos Apóstolos, de Ellen G. White, capítulo 56.

Nenhum comentário:

Postar um comentário